Comunicação Alternativa

Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA): Benefícios para indivíduos com autismo

Existem diferentes tipos de comunicação, onde são derivados do uso de gestos, linguagem de sinais, expressões faciais, figuras, símbolos que podem ser empregados de forma substitutiva ou suplementar de apoio à fala, ajudando a desenvolver, a linguagem oral (NUNES, 2002).
A CAA teve seu início no ano de 1957, onde as próprias pessoas com dificuldades de comunicação desenvolveram pranchas para as suas comunicações. A comunicação Alternativa é um processo que enfatiza formas de se comunicar, visando dois objetivos: promover e desenvolver a fala e garantir a comunicação. O marco no desenvolvimento da Comunicação Alternativa foi o aparecimento dos símbolos pictográficos para a comunicação das pessoas que não eram alfabetizadas (PELOSI, 2000a).
O crescente interesse pela comunicação fez com que cada vez mais se desenvolvessem sistemas alternativos. A dificuldade de comunicação tem consequências e afeta as pessoas em qualquer situação por mais simples que seja, e consequentemente toda a sua vida. Ao proporcionar às crianças e adultos uma forma de comunicação, estamos sem dúvida melhorando a sua qualidade de vida, proporcionando-lhes um maior controle sobre a sua vida, autoestima e igualdade na sociedade (MANZINI, 2001).
No sistema de comunicação alternativa encontramos o uso de símbolos, pictogramas, fotos, escritas, entre outros, onde esses sistemas possibilitam a transmissão de conceitos entre o emissor e o receptor, mesmo que estes não compartilhem do mesmo código linguístico ou a mesma língua.            Os sistemas pictoriais utilizam figuras para representar o significado a que se refere de modo visual direto, com base na semelhança tanto física quanto analógica entre a aparência física do pictograma e a do objeto (JOHNSON, 2004b).

O que é?
“É uma área da prática clínica, educacional e de pesquisa para terapeutas que tentam compensar e facilitar, temporária ou permanentemente, os prejuízos e incapacidades dos indivíduos com severos distúrbios da comunicação expressiva e/ou distúrbios da compreensão. A Comunicação Alternativa e Ampliada pode ser necessária para indivíduos que demonstrem prejuízos nos modos de comunicação gestual, oral e/ou escrita”. (American Speech Language – Hearing Association – ASHA, 1991).

OBJETIVO:
• Tornar o indivíduo com distúrbios de comunicação o mais independente e competente possível em suas situações comunicativas, podendo assim ampliar suas oportunidades de interação com outras pessoas, na escola e na comunidade em geral.

O sistema utilizado na Escola do Autista de Jaú é o PECS (Pictures Exchange Communication System – Bondy & Frost, 1994):
O PECS foi desenvolvido com base na literatura do Comportamento Verbal de Skinner (1957), para pessoas com TEA e outras dificuldades de linguagem, com o intuito de ajudar essas pessoas a adquirirem habilidades comunicativas e iniciar a comunicação. Ele faz o uso de desenhos e símbolos para comunicação, onde apresenta desenhos simples e claros, que podem ser combinados com outros sistemas de símbolos.
Segundo Bondy (2001) o sistema PECS tem como objetivos não só ensinar a comunicação funcional, mas também aumentar a interação da pessoa com o meio, transferir gradualmente o controle de estímulos das figuras para o objeto em si e reforçar o surgimento de verbalizações funcionais, diminuir os comportamentos inadequados, afinal, a pessoa com TEA pode perceber que por meio da comunicação, ele pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja. Importante marcar que a função comunicativa é dada na relação em que ocorre a troca, e não somente com a figura, ou seja, inicia quando a pessoa troca a figura do item desejado com o parceiro, e espera que esse pedido seja imediatamente atendido.
O treino do PECS envolve o ensino em ambiente natural, o que é muito importante no que diz respeito à generalização de habilidades verbais com aqueles com quem a pessoa se relaciona no seu dia-a-dia. Esta vantagem do PECS está de acordo com resultados de estudos nesta área (BEAUCHAMP, 2002).